Estranho
Foram 13 as representações de pessoas físicas protocoladas na Câmara de Vereadores, pedindo a cassação do mandato da vereadora Fernanda Miranda (PSoL), após ser flagrada pela Brigada Militar, portando dois cigarros de maconha.
Todas elas – as 13 – tiveram a admissibilidade negada pela Assessoria Jurídica da Câmara, por falta de documentos exigidos para tal.
O fato estranho, pelo menos para o Espeto, está no que aconteceu, e ainda acontece dentro da Casa do Povo.
Após a denúncia feita no domingo, na sessão de terça-feira, as manifestações tiveram alvo definido: o que aconteceu com a vereadora do PSoL e professora licenciada para o exercício do mandato.
A Câmara tem 21 vereadores. Destes, o presidente, hoje Carlos Júnior (PSD) dificilmente fala e só vota em caso de empate. Tem mais 20.
Na terça-feira, dia 11, quatro vereadores saíram em defesa de Fernanda Miranda (PsoL). A própria, Jurandir Silva (PSoL), Ivan Duarte (PT) e Ronaldo Quadrado (PT). Sobram 16.
Destes, seis não emitiram opinião sobre o que ocorreu: Paulo Coitinho (Cidadania), Arthur Halal(PP), Tauã Ney (PSDB), Marisa Schwarzer (PSDB), Rafael Barriga(União Brasil) e Éder Blank (PSD). Na tribuna, o vereador Arthur Halal disse ser contra as drogas mas não abordou o caso diretamente. Sobram 10.
Que falaram na tribuna e em apartes sobre o caso de Fernanda Miranda ( PSoL) e seu envolvimento com o porte de maconha. De uma forma ou de outra, formularam críticas, mais ou menos contundentes.
Agora chegando ao título Estranho. Por que nenhum desses 10 vereadores ou até dos seis, apresentou o pedido de cassação do mandato por falta de decoro parlamentar?
Preferirão seguir nas discussões de projetos, que são válidos e oportunos? Ficarão escudados, à espera da(s) iniciativa(s) popular(es) para que o caso siga no âmbito da Comissão de Ética e, depois, em plenário, se assim for decidido? Estranho.
