Relato
Foi objetivo e contundente o depoimento do aluno soldado da Brigada Militar Dieison Claudino Kuhn à Comissão de Ética da Câmara de Pelotas hoje à tarde. Prestou informações e esclarecimentos sobre a abordagem feita à vereadora Fernanda Miranda (PSoL), flagrada, no Carnaval, portando dois cigarros de maconha.
Ele faz curso para soldado e integra o Batalhão Escola da corporação, junto com as alunas soldados Marina e Raisnã e o aluno sargento Laerton Barros.
Ao ser perguntado pelo relator, vereador Marcos Ferreira, o Sd Claudino confirmou a abordagem feita, inicialmente a senhora Cátia. “Ela colocou a mão protegendo, escondendo o rosto”, indicou.

Diante da situação, ele perguntou o que ela tinha e lhe foi mostrado um cigarro de maconha com indicativo de consumo. Ato contínuo, ele conduziu Cátia para o lado, iniciando a abordagem após chamar as policiais femininas
Segundo suas declarações, Fernanda Miranda disse “eu não tenho nada”. O PM relatou que os indícios apontavam que as duas estavam socializando e consumindo o cigarro.
Foi iniciada a revista e encontrados dois cigarros de maconha em sua pochete. Segundo o militar, Fernanda lhe disse: “Tem como me liberar, eu sou vereadora.” Também indicou que ela estava nervosa.
De imediato, chegou sua advogada, que disse ser ela vereadora, que era a mais votada e se não tinha como liberá-la, para ela não ter constrangimento.
Ele negou-se e chamou o sargento que estava no comando e parou uma viatura que passava pelo local para prestar apoio técnico.
Posição
O vereador Ronaldo Quadrado (PT) fez questionamento sobre a abordagem, que só poderia ser feita sob fundada suspeita.
O militar disse que a abordagem se iniciou com os movimentos de Cátia, com gesto brusco e assustada. Também percebeu o nervosismo de Fernanda que disse “eu não tenho nada”. Em sua pochete foram encontrados dois cigarros de maconha.
Vereadora Fernanda Miranda começou a falar e, no entendimento de vereadores, a fazer a sua defesa, o que gerou descontentamentos entre os vereadores presentes.
Falando em questões constitucionais e de jurisprudências dos tribunais superiores, perguntou se Claudino lembrava que ela havia dito que havia chamado um Uber e que a bateria do seu celular estava acabando.
Ele confirmou e disse que era para suspender. Lembrou também que uma pessoa, de nome Sabrine, falou que ela – Fernanda – era vereadora. “A senhora já havia me dito”, apontou.

Ela perguntou se ele a havia visto fumando e a resposta foi negativa. Claudino ratificou que Fernanda estava com droga e que, antes, disse que não tinha nada. Também confirmou que ela viu o Boletim de Ocorrência e que não havia sido presa, “sob hipótese alguma”.
O segundo depoimento, bem mais rápido, foi o aluno sargento Laerton Barros. Confirmou ser correto o procedimento do aluno soldado em chamá-lo para o registro.
Disse que, para ele, Fernanda não se identificou como vereadora e que não parecia nervosa.
Confirmou que fez a leitura do Boletim com o registro da abordagem e que houve a sua concordância e de sua advogada. Também revelou que ela não teve prisão decretada e nem foi algemada.
